Pernambucano vive fase de adaptação ao caminhão Scania e vê pelo menos 10 pilotos com chance real de vitória na primeira corrida do ano.
Ansiedade, desafio, estÁmulo, readaptação, cautela. Beto Monteiro faz uso de um verdadeiro dicionário de substantivos quando define sua expectativa para a primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck, marcada para este domingo (2) no Autódromo Internacional Nelson Luiz Barro, em Guaporé, cidade da Serra Gaúcha. A disputa no traçado de 3.080 metros representa um marco na carreira do piloto pernambucano, campeão em 2004.
Monteiro, a partir deste ano, passa a competir pela Roberval Motorsport, equipe onde terá como companheiro o paulista Roberval Andrade, dono do tÁtulo de 2002. Pilotar um caminhão Scania, com motor de 12 litros e peso de quase cinco toneladas, representa-lhe um desafio. “Por seis anos, pilotei um caminhão pequeno, com motor de nove litros. O jeito de guiar é muito diferente, você tem de praticamente reaprender a pilotarâ€, ele manifesta.
O trabalho de adaptação ao Scania, construÁdo com base no modelo PGR 420 que a fábrica lançou no ano passado, tem sido satisfatório, na avaliação do pernambucano. “Eu estou me adaptando aos poucos, mas isso está acontecendo rapidamente. Essa necessidade de reformular o jeito de guiar é muito estimulante, meu trabalho neste ano vai ser praticamente fazer o contrário do que eu fazia com um caminhão pequeno. Mas estou ansioso pela estréiaâ€, diz.
Uma dificuldade apontada por Monteiro é o desgaste mais acentuado de pneus que o Scania proporciona. “Na pista de Guaporé, isso é crÁtico, o asfalto de lá é muito abrasivo e a preocupação com o desgaste é muito grande, a pilotagem tem que ser um pouco mais suave do que a de antes, com o outro caminhão. E eu venho de seis anos com um caminhão diferente, isso cria alguns vÁcios que podem me submeter a erros, mas sei que vou lidar bem com issoâ€.
Monteiro, que terá no caminhão número 88 as logomarcas de Scania, CCE Intel, Frum e Consórcio Nacional Scania, antevê uma lista com 10 nomes de pilotos que reúnem chances reais de vitória em Guaporé. â€œÉ uma lista em que eu não pus o meu nome, a competitividade é muito grande desde já. Estou focado em fazer uma boa prova, ficar entre os cinco primeiros. Dentro do contexto, seria um excelente resultado, e vou lutar muito por eleâ€, compromete-se.
Beto Monteiro foi ao pódio todas as vezes que levou seu caminhão ao final da etapa de Guaporé. A exceção foi a primeira participação, em 2002, quando largou em oitavo e abandonou. Em 2003, partiu em quinto e terminou em terceiro. No ano seguinte, terceiro no grid, terminou em segundo, resultado que repetiria em 2005, depois de largar em sétimo. Em 2006, ocupou a 20ª posição no grid e foi ao pódio em terceiro. Guaporé não recebeu a categoria no ano passado.