Ricky Brabec vence estágio em torno de Al Ula para aumentar vantagem na classificação geral das motos; Nacho Cornejo e Adrien Van Beveren são segundo e terceiro, respectivamente
Pelo segundo dia consecutivo, a equipe Monster Energy Honda dominou o topo da classificação de uma etapa do Rally Dakar 2024. Nesta quarta-feira (17/1), acelerando a moto Honda CRF 450 Rally, Ricky Brabec foi o mais rápido no décimo estágio, de 612 quilômetros, dos quais 371 cronometrados, com largada e chegada em Al Ula, na Arábia Saudita. O resultado deu ao norte-americano uma liderança mais confortável no acumulado. José Ignacio “Nacho” Cornejo e Adrien Van Beveren terminaram, respectivamente, em segundo e terceiro, confirmando a força do time.
Segundo a largar, Brabec teve pela frente um dia em que a falta de rastros e referências dos adversários tornou tudo mais complicado. Além dos platôs arenosos, regiões com várias pistas paralelas e caminhos possíveis tornaram a navegação um verdadeiro quebra-cabeças. Como se não bastasse, os pilotos retornaram a locais atravessados anteriormente.
O norte-americano conseguiu encostar em Van Beveren, que partiu na frente após vencer a nona etapa. Juntos, os companheiros da Monster Energy Honda conseguiram driblar a desvantagem teórica, e, com os bônus previstos pelo regulamento, fecharam em primeiro e terceiro. Entre eles, Cornejo, mesmo obrigado a lidar com uma inflamação na garganta. Apenas dois segundos separaram Brabec do chileno.
Brabec voltou a ampliar sua vantagem na classificação geral e aparece agora 10min54seg à frente de Ross Branch. O piloto de Botsuana tem sua posição cada vez mais ameaçada por Van Beveren, a apenas 46 segundos. Cornejo segue em quarto, também na briga pelo pódio.
Com a missão de auxiliar os companheiros após os problemas vividos na metade do rally, Pablo Quintanilla ficou com o 16° tempo na décima etapa e manteve o 17° lugar no acumulado.
A penúltima etapa do Rally Dakar 2024 leva nesta quinta-feira (18/1) os competidores de Al Ula a Yanbu, por um percurso de 527 quilômetros, 420 deles cronometrados. Embora a competição esteja na reta final, a organização promete um dia capaz de provocar mudanças na classificação, com terreno irregular, pedras e a expectativa de muitos furos de pneus. O que exigirá atenção e capacidade de leitura do piso para ajustar o ritmo de pilotagem às condições.
O 46º Rally Dakar é válido como abertura do Campeonato Mundial da modalidade e tem percurso de mais de 7.900 km – cerca de 4.770 deles de especiais. Esta é a quinta vez em que o Rally Dakar é sediado na Arábia Saudita. O desafio total soma 12 etapas, além de um dia de descanso, e a chegada está programada para 19 de janeiro, em Yanbu.
Ruben Faria (Gerente geral da equipe Monster Energy Honda Team) – “Embora seja a 11ª etapa, David Castera (organizador do Dakar) deixou claro que será a mais difícil deste ano, então é preciso ter cautela. Ricky será o primeiro a largar, com Nacho (Cornejo) e Adrien (Van Beveren) logo a seguir, mas eles também estão lutando pelo pódio”.
Pablo Quintanilla #7 – “Nós esperávamos um dia menos difícil, mas no fim foi bem exigente, com muitos trechos pedregosos e bastante navegação. Não foi fácil se orientar na última parte da especial, com algumas referências traiçoeiras no roteiro entre as pedras e os vales. Não fazia muito sentido para mim forçar nessas condições, já que não me sentia tão confiante. Foi o caso de administrar o ritmo para chegar ao fim em segurança”.
Ricky Brabec #9 – “O dia foi bom embora a navegação não tenha sido tão simples nos primeiros 50 quilômetros. Eu pilotei com o sol na cara, o que dificultou tudo. Uma vez que alcancei Adrien, andamos juntos pelo restante do caminho. Cometemos pequenos erros aqui e ali, mas concluí a etapa em ótima condição para os dias finais. Com dois dias restando, temos uma boa vantagem na liderança, então vejamos o que acontece”.
José Ignacio “Nacho” Cornejo #11 – “Foi uma etapa complicada, já que acordei com a garganta inflamada. Tentei forçar o máximo sem erros de navegação. Cometi um ou dois, mas pequenos. A luta pelo pódio está acirrada e eu seguirei fazendo meu melhor até o fim”.
Adrien van Beveren #42 – “Eu esperava uma etapa rápida e fluida, mas foi bem longe disso. A navegação foi traiçoeira e difícil, procurei lidar bem com ela e não sair do roteiro. Andar por boa parte do tempo com Ricky e terminar novamente entre os primeiros é mais um desempenho sólido. O desgaste físico começa a pesar e isso pode aumentar a exigência, mas ainda restam dois dias e precisamos nos manter concentrados”.