ASO, organizadora da competição, deve anunciar ainda esta semana o roteiro da edição 2011, que seria novamente na América do Sul.
O Rally Dakar poderá acontecer pelo terceiro ano consecutivo na América do Sul, passando pelo território chileno. Após dois meses de expectativa pelo futuro da prova, a notÁcia foi divulgada pela imprensa chilena e pelas agências de notÁcias Reuters e EFE.
Após o terremoto devastador que atingiu o paÁs em 27 de fevereiro, havia muita incerteza sobre o destino da próxima edição da prova, com rumores de que ela poderia voltar ao continente africano. Segundo as notÁcias, o governo chileno manteve seu interesse na realização da prova, inclusive como forma de ativar a economia e atrair turistas, mostrando que o paÁs terá capacidade de rápida recuperação os desastre natural por que passou.
A Chile Desportes (secretaria do governo que cuida dos esportes) está buscando alternativas de financiar a realização do Dakar 2011. Estas negociações estão sendo lideradas por Gabriel Ruiz-Tagle, novo subsecretário de esportes do presidente Sebastián PiÁ±era, que acaba de tomar posse.
De acordo com a imprensa chilena, Ruiz-Tagle declarou que a ASO, empresa francesa responsável pela prova, já aceitou um acordo da redução do investimento de 7 para 5 milhões de euros e abriu a possibilidade para o governo chileno traga patrocinadores privados para a prova, com o objetivo de recuperar este investimento.
A ASO já havia emitido um comunicado de solidariedade ao governo chileno, em nome de Jean-Etienne Amaury, presidente da ASO e de Etienne Lavigne, diretor técnico do Dakar, porém a ASO ainda não se pronunciou oficialmente sobre o local de realização do Dakar 2011, mas deverá fazê-lo ainda esta semana, de acordo com Klever Kolberg, um dos pilotos brasileiros com maior número de participações na competição off-road mais perigosa do mundo.
“Nos últimos dias tenho mantido contato com várias equipes, na Europa, Argentina e Chile, inclusive as oficiais, e não consegui nenhuma confirmação de que o Dakar 2011 acontecerá no Chile e Argentina. Fiz alguns contatos com a ASO, sobre o tema, mas não recebi qualquer resposta oficial”, disse Kolberg, piloto da Valtra Dakar Eco Team.
“Para mim e para todos os outros competidores e equipes, esta informação é decisiva para finalização de um planejamento. Eu preciso organizar, por exemplo, toda logÁstica de abastecimento com etanol, para continuar utilizando um combustÁvel limpo e brasileiro. Sem o endereço da prova, fico com uma variável muito grande para trabalhar”, completou o piloto.
“Hoje fiquei sabendo que Ruiz-Tagle está seguindo para a França, para finalizar este acordo e que Gregory Muraco, diretor de relações internacionais da ASO, teria comentado que haverá um anuncio oficial nesta semana. Mas nada oficial da ASO”, comentou Klever.
“Sei que a Argentina também já manifestou seu interesse em continuar com a prova. O Argentino Leonardo Boto, responsável local disse que espera uma breve definição da ASO. Algumas equipes, em especial as fabricantes de motos e carros, já manifestaram sua opinião em favor da América do Sul. A pressão está aumentando, mas a ASO se mantém calada”, afirmou Kolberg.
Sobre Klever Kolberg: Engenheiro e piloto, Klever Kolberg é o brasileiro que mais vezes participou do Rally Dakar, competição off-road mais difÁcil e perigosa do mundo, tendo sido um dos pioneiros no paÁs a disputá-la. O piloto criou a primeira equipe brasileira a participar do Dakar e competiu pela 22ª vez em 2010. Um dos grandes nomes do off-road nacional, Klever começou na prova competindo de moto, entre 1988 e 1996, sagrando-se campeão da categoria Motos Maratona em 1993, ano em que foi o quinto colocado no geral. A partir de 1997 passou a disputar o Dakar entre os carros, obtendo o tÁtulo vice-campeão na categoria Carros Maratona em 1999 e 2000 e na categoria Carros Diesel em 2002. É autor de três livros sobre o assunto e é comentarista de rali no canal ESPN desde 2007.