Ola pessoal! Aqui estou eu escrevendo minha segunda coluna no SpeedRacing, dessa vez para falar de Mil Milhas. Apesar da tristeza de não ter participado, acompanhei os treinos de quarta e quinta feira e vou dizer uma coisa pra vocês: Gostei do que vi.
Bem, para começar quero esclarecer a minha ciência da tristeza de muitos pilotos que não puderam participar da prova por questões financeiras (afinal é aÁ que o bicho sempre pega), ou pelo novo formato que deixou muitos carros de fora. Mas o fato é, o automobilismo nacional precisa disso. Para nós isso é muito importante. Acreditem.
Muitos devem estar pensando: “Como pode ser bom um evento que tinha 60 carros na edição passada sendo 55 carros nacionais e 5 importados, ao passo que nessa edição tivemos 28 carros sendo 12 nacionais e 16 importados?†Eu explico: o automobilismo passa por um momento muito difÁcil e nós sabemos disso, e uma das ferramentas que pode nos ajudar nesse momento é a renovação. Não só de pilotos e categorias, mas o formato delas.
Pensem comigo: que tipo de retorno nós estávamos tendo nesses últimos anos no Endurance? Pois é! Não tÁnhamos televisão, mÁdia, interesse do publico, etc. Sabem por quê? Como o publico vai se interessar por uma categoria que ele não conhece e nem viu?
Pois é, caro amigo, acontece que uma corrida com esse formato e nomes como Nelson Piquet, Hélio Castroneves, Tony Kanaan, Jean Marc Gounon, e carros como Aston Martin, Corvette, Mercedes DTM, Ferrari, Porsche, Lister, Saleen, despertam mais interesse do público, da mÁdia televisiva e impressa (nacional e internacional). Com isso, temos a oportunidade de mostrar o formato de uma de nossas categorias mais legais, que é o Campeonato Brasileiro de Endurance.
Isso é real, acreditem. As pessoas que vieram, ou assistiram na TV, as Mil Milhas vão querer ao menos ver uma vez uma corrida de endurance, pois a que eles viram agradou e é isso que nós precisamos: do interesse, da expectativa das pessoas. Não esqueçam de como foi o começo da história da Globo na Stock Car. E não esqueçam de quantas transformações essa categoria passou para chegar onde chegou.
Sem contar com o que acontece nos bastidores, que também beneficia a categoria. Aliás, pode crer que para o endurance desse ano vai ter boas novidades, pois ouvi várias propostas sendo estudadas e sei que pelo menos uma delas vai acontecer. Pena que eu não posso adiantar agora.
Então pessoal, Á s vezes temos mesmo que dar um passo pra trás, para poder dar dois pra frente. Eu sei que é difÁcil, afinal, não se esqueçam que eu também fiquei fora dessa. E olhem que eu estava numa seqüência direta desde 1999. Mas mesmo assim continuo vendo essa transformação com bons olhos, pois sei o quanto o endurance é importante como categoria, e sei que precisamos de um novo rumo para essa modalidade que, particularmente, acho que tem um enorme futuro aqui no Brasil.
Bem, quanto Á prova propriamente dita, o que tenho a dizer é que foi uma “baita†corrida. Foi demais ver essa gama de carros. Ou melhor: de foguetes acelerando forte e disputando posições nas primeiras voltas, como se fosse uma corrida de 50 minutos.
Dou meus parabéns ao Nelson (Piquet) que esteve almoçando comigo na quinta-feira na casa do Toninho de Souza, e comentou sobre a satisfação de participar de uma corrida “terceirizada“ (como ele mesmo disse ao lado de seu filho Nelsinho), pela vitória merecida. Afinal, ganhar uma Mil Milhas ao lado de um filho é uma dádiva.
Também dou meus parabéns para dupla Fernando e Fernanda Parra, que chegaram em segundo na STC atrás da Alfa Romeo. Olha, eles fizeram bonito! Eu sei muito bem o que é guiar um Omega em longa duração, e eles estavam de V8 num calor intenso. Deve ter sido muito duro. Parabéns pra vocês e para toda a equipe.
E finalmente sem rasgação de seda, afinal não sou disso. Meus últimos parabéns ficam para cobertura da SpeedRacing.com.br na corrida. Que show, hein, Vitor!Que vocês continuem assim, pois o automobilismo precisa de imprensa como vocês: COMPETENTES.
Valeu pessoal, um abraço e até a próxima.