IndyCar: A arte de buscar o equilÁ­brio de um F-Indy

Feitos para atingir até 370 km/h nos ovais, os Dallara-Honda reservam peculiaridades para correr em circuitos de rua. Longas retas e freadas fortes exigem de pilotos e engenheiros

Molas, barras, asas, relação de marchas, calibragem dos pneus, cambagem, caster, convergência, altura do chassi, carga do diferencial, distribuição de freios… Temperatura do ar, do asfalto, qualidade da superfÁ­cie, aderência, velocidade do vento, previsão de chuva… Pilotos e engenheiros da Fórmula Indy têm nas mãos um verdadeiro quebra-cabeças para tirar o máximo desempenho do carro em diferentes tipos de circuito – ovais longos, ovais curtos, e traçados mistos (permanentes ou urbanos).

Priorizar a velocidade nas retas ou a estabilidade nas curvas? Os Dallara-Honda, equipados com pneus Firestone, que podem alcançar até 370 km/h nos circuitos ovais, têm de ser ajustados para otimizar seu desempenho em traçados cheios de caracterÁ­sticas distintas.

E na Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé, esta combinação é ainda mais complexa. “A grande preocupação para encontrar o setup ideal em um circuito de rua é conseguir o equilÁ­brio entre duas caracterÁ­sticas muito diferentes. Se você quer aproveitar ao máximo as grandes retas, a melhor coisa a fazer é tirar o que for possÁ­vel de asa para atingir velocidades maiores”, explica Hélio Castroneves, piloto da equipe Penske.

Quanto menor a inclinação dos aerofólios, menor será o arrasto aerodinâmico e maior será a velocidade nas retas. Por outro lado, o desempenho em curvas de raios menores fica comprometido. “Em curvas fechadas e circuitos truncados é justamente o contrário: quanto mais asa (mais inclinação) você tiver, mais grudado no chão o carro fica, por causa da pressão aerodinâmica; e só assim você consegue frear e contornar curvas fechadas em baixa velocidade. Então são dois extremos: ou tem bastante asa nessas ocasiões, ou passa reto na curva”, comparou.

É um mundo de opostos. E quando ambos estão no mesmo circuito, o desafio é gigantesco, de acordo com o tricampeão das 500 Milhas de Indianápolis. “Num circuito de rua, que normalmente é feito de grandes retas, freadas fortes e curvas truncadas, o setup tem de permitir que você ande com eficiência nas duas situações. Então, achar o equilÁ­brio não é fácil. A gente quebra a cabeça para buscar o ponto ideal e tem de considerar, também, desgaste de pneu, aderência da pista, condição de tempo e tantas outras variáveis”, observa. “O negócio é procurar estar mais próximo possÁ­vel do acerto ideal e tirar o resto no braço”, atesta.

A exemplo do que foi em 2010, o fim de semana da Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé será de muito trabalho – e cálculos – para os engenheiros das equipes. De acordo com Castroneves, o Circuito Anhembi é o que mais apresenta variáveis. “Em São Paulo esse desafio fica ainda maior porque a Reta dos Bandeirantes (na Marginal do Tietê) e a do Sambódromo são muito longas. Há vários pontos de ultrapassagem e fica mais difÁ­cil ainda encontrar este balanço. Além das retas que são sensacionais, são muitos trechos de baixa velocidade – e bem desafiadores. A mudança de tipo de piso também é um fator bastante analisado pelos engenheiros”, apontou.

Apesar de fazer os engenheiros e os pilotos “quebrarem a cabeça” na busca pelo equilÁ­brio ideal, o desafio que o Circuito Anhembi oferece é um dos grandes atrativos, segundo Helinho. “Tudo isso faz do circuito de São Paulo algo muito prazeroso. Há, sem dúvida, a questão de correr em casa com o apoio do público. Isso não tem comparação. Mas tecnicamente falando, é um traçado muito desafiador, empolgante e muito exigente para o piloto e o carro”, afirmou.

“Como diz o ditado, a rapadura aqui é doce, mas não é mole não!”, brincou.

INGRESSOS – Os ingressos podem ser adquiridos no site oficial da Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé (www.saopauloindy300.com.br) ou pelo endereço eletrÁ´nico da Livepass (www.livepass.com.br), além da central telefÁ´nica acessada pelo número (11) 4003-1527 (custo de ligação local, mais impostos), de segunda-feira a sábado, das 9h Á s 21h. Duas bilheterias oficiais da prova (sem cobrança de taxa de conveniência) estão disponÁ­veis na capital paulista, localizadas no Morumbi Shopping (estacionamento do piso G1) e no Shopping Anália Franco (piso lÁ­rio), ambos com funcionamento de segunda-feira a sábado, das 12h Á s 20h, e domingos e feriados das 14h Á s 20h.

Estudantes de ensino fundamental, médio ou superior, e idosos acima de 65 anos têm direito a meia-entrada, ou seja, poderão assistir ao show da categoria de monopostos mais rápida do mundo por apenas R$ 90. As instalações também oferecem acessos para portadores de necessidades especiais.

A Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé terá transmissão ao vivo pelos canais Band e Bandsports, além das rádios Bandeirantes e BandNews FM.