Longo, veloz e ao mesmo tempo variado, o traçado de BrasÁlia permanece como o maior desafio técnico do nosso automobilismo.
As equipes e pilotos do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3 terminam nesta quinta-feira os preparativos para a quarta rodada dupla da temporada, que será realizada em um circuito especial: o Autódromo Internacional Nelson Piquet, em BrasÁlia (DF), considerado o traçado mais exigente em atividade no PaÁs, especialmente para uma categoria que chega com a maior parte de seu grid formada por uma nova geração. “Esta pista é o grande desafio técnico do calendário sul-americanoâ€, opina o goiano Rodolpho Santos (Neo QuÁmica/Palu Suisse/Wurth), de 18 anos, ele próprio um novato na categoria. “Quem se destacar aqui não terá dificuldade em nenhum outro autódromo do campeonatoâ€, continua Rodolpho, que compete pela equipe brasiliense Amir Nasr Racing.
O próprio Amir Nasr, engenheiro e chefe da equipe de Rodolpho Santos, destaca algumas caracterÁsticas que fazem do traçado brasiliense uma dor de cabeça para os incautos: “Além do nÁvel de dificuldade das curvas, temos também que levar em consideração a largura da pista, bem ampla, que confunde muito os pilotos, pois oferece uma maior variedade de opções de traçado e torna mais difÁcil escolher e memorizar pontos de referência eficientesâ€, conta ele. “Assim, o piloto é obrigado a mudar de lado nas curvas muitas vezes: algumas curvas são feitas por dentro, outras por fora, e esse jogo acontece nas retas tambémâ€.
Com 5.475 metros de extensão, o traçado brasiliense também é o maior utilizado pela F-3, sendo o único do calendário com mais de cinco quilÁ´metros. Mas seu desenho tem outras particularidades interessantes que, aliadas Á s catecterÁsticas dos Dallara/Ford-Berta usados na F-3 o tornam uma prova de fogo para o talento e a habilidade ao volante: â€œÉ uma pista para pilotos de coragemâ€, diz Rodolpho Santos. “Por exemplo, a descida da Curva da Bruxa e a subida e descida do Placar são consideradas verdadeiras retas para a F-3, enquanto que para outras categorias elas são curvas mesmo – e, portanto, precisam de algum tipo de manobra especial ou redução de velocidade para serem percorridas. Na F-3, passamos por ali de pé no fundo. Isso se deve Á eficiência dos nossos carros de uma forma geral. Eles oferecem mais capacidade de aderência, têm melhor aerodinâmica e um chassi que emprega ótimo nÁvel de tecnologia. No conjunto, os F-3 são os carros mais velozes do Brasilâ€, conclui o piloto da Neo QuÁmica/Palu Suisse/Wurth.