Uma das coisas que ainda não foi alterada desde que a Liberty Media assumiu o controle da Fórmula 1 é o poder de veto concedido a Ferrari ainda nos anos 1980. Apesar do estudo da nova detentora dos direitos para reajustar esse privilégio da escuderia italiana a partir de 2021, o presidente da FIA, Jean Todt, acredita que isso deve ser alterado o quanto antes, visando o bem da categoria.
“O veto é da época de Enzo Ferrari, ainda quando ele estava isolado em Maranello. Na época, era a única equipe que fazia seu motor e chassi, enquanto algumas outras equipes que usavam motor Ford. Então, foi decidido que, por estar fora do ‘Vale do SilÁcio’ do automobilismo, eles precisavam de uma proteção. Essa é a história por trás do vetoâ€, explicou Todt. “Mas, pessoalmente, sinto que agora não sou a favor disso. Os tempos mudaramâ€, comentou.
Com o direito de veto, a Ferrari pode impedir qualquer nova mudança em vias de ser estabelecida na Fórmula 1. O uso mais recente desse “poder†foi utilizado em 2015, quando a equipe italiana recusou a implementação de cotas e tetos de preço para venda de motores e caixas de câmbio. No inÁcio da década, o privilégio foi mantido em votação com a presença de todas as equipes.
Justamente pelos rumores de mudanças na categoria a partir de 2021, o presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, já cogitou deixar a Fórmula 1 em caso das propostas não atendidas. Esse fato, para o dirigente da FIA, tem que ser tratado como algo normal, pois mudanças sempre acontecem no automobilismo.
“Eles podem sair. Honestamente, é uma escolha exclusiva deles. São livres e, definitivamente, espero que eles não saiam. Mas sempre pode acontecer. Já vimos grandes competidores saindo e voltandoâ€, disse. “No momento, tenho certeza de que há seis ou sete equipes com dificuldades na Fórmula 1. Então, não é aceitável que o topo do automobilismo tenha 60 ou 70% do pelotão com dificuldade para sobreviver. Mudanças são necessáriasâ€, completou Todt.
Fonte: Gazeta Esportiva