Piloto é apontado como o próximo brasileiro com chances de assumir um posto de titular na Fórmula 1.
O anúncio da criação de um campeonato paralelo ao Mundial de Fórmula 1 por parte da FOTA (associação das equipes da categoria) poderá ser benéfico para os jovens pilotos que esperam por uma vaga naquele que é considerado o Olimpo do automobilismo mundial. Mesmo pensando assim, o brasileiro Lucas Di Grassi, que atualmente disputa a GP2, se mantém cauteloso com os próximos passos da “novelaâ€.
“Para o mercado de pilotos, de certa forma, pode ser positivo, porque terÁamos outro campeonato de ponta, forte e com qualidade. Mas ainda acho muito cedo para dizer que isto vai de fato acontecerâ€, ponderou Lucas.
A associação dos times rompeu com a FIA (Federação Internacional do Automóvel), órgão regulador da categoria, em uma guerra de nervos que se arrasta desde o inÁcio da temporada: o presidente da federação, Max Mosley, tenta impor um conjunto de regras – e um teto orçamentário opcional de 40 milhões de euros – visando trazer mais três times Á categoria. Quem optar pelo limite terá vantagens no regulamento, como motores sem limitação de giros, mais horas em túnel de vento, entre outras liberações. E é justamente o que desagrada a associação das equipes, liderada pela Ferrari.
“O movimento das equipes é sério, e pelo que pude ver aqui na Inglaterra eles estão realmente dispostos a organizar um novo campeonato com suas próprias regrasâ€, opinou Di Grassi, que é apontado como o próximo brasileiro com chances de competir na Fórmula 1 na próxima temporada: além de seu vÁnculo com a Renault, ele foi piloto de duas das três novas equipes admitidas para 2010. Pela Manor, o brasileiro venceu o tradicional e prestigiado GP de Macau de Fórmula 3 em 2005; e pela Campos, fez a maior média de pontos por corrida na GP2 em 2008 – Lucas iniciou a disputa no campeonato a partir da sétima etapa, venceu duas provas, conquistou pódios e terminou o ano em terceiro lugar, a apenas um ponto do vice-campeão.
FIA x FOTA – Após várias discussões – inclusive judiciais – a FOTA anunciou no final da noite de quinta-feira (18), na Inglaterra, que organizará um campeonato próprio a partir de 2010, reunindo, por enquanto, Ferrari, McLaren, BMW-Sauber, Renault, Toyota, Red Bull, Toro Rosso e BrawnGP. Apenas a Force India e a Williams fizeram suas inscrições para o próximo Mundial de F1 de maneira incondicional.
“É muito cedo para tentar saber para onde ir. A Fórmula 1 vai ser sempre a Fórmula 1, e o campeonato da FOTA deverá reunir os melhores pilotos e equipes mais tradicionais. A escolha seria uma questão de analisar onde houver as melhores oportunidadesâ€, apontou o brasileiro.
Enquanto a FIA anunciou três novas equipes para o ano que vem – USF1, Manor e Campos -, apontando que há várias outras em uma espécie de “fila de espera†(como, por exemplo, Prodrive, Epsilon Euskadi e Superfund) no caso da debandada anunciada pela FOTA, Lucas Di Grassi vê a realidade com cautela.
“É uma situação delicada, mas vamos ver o que vai acontecer. Estou concentrado no meu campeonato de GP2, que é onde estou agora. Para chegar Á Fórmula 1 – ou no campeonato que pode ser formado pela FOTA – preciso primeiro fazer bem o meu papel dentro da pista. Então temos de esperar pelo timing correto para discutir com as equipes, porque ainda é muito prematuro saber para onde irâ€, afirmou.