A crise econÁ´mica internacional obrigou a Fórmula 1 a remodelar seu próximo Mundial. GPs tradicionais, como França e Canadá, ficaram fora do calendário, a Honda abandonou a categoria e os dirigentes aprovaram um drástico pacote de mudanças para reduzir os gastos em até 30% em 2009.
Enquanto isso, dinheiro não é problema para os Emirados Árabes, paÁs sem nenhuma tradição no automobilismo – o único campeonato nacional é de rali -, que querem usar a Fórmula 1 para impulsionar o turismo.
Mas não é só. Querem fazer isso em grande estilo para “roubar” de Cingapura o tÁtulo de vedete do calendário da Fórmula 1, já que o GP, primeiro noturno da categoria, foi escolhido recentemente como o de melhor estrutura e organização do ano.
Um moderno e luxuoso hotel no meio da pista, 100% das arquibancadas cobertas e um túnel na saÁda dos boxes são algumas das novidades que a Fórmula 1 verá pela primeira vez na história.
Essa exuberância, em um ambiente que nos últimos tempos se concentrou em cortar gastos, já tem data marcada para ser revelada: 1º de novembro, no GP de Abu Dhabi, corrida que encerra o Mundial.
“Teremos coisas mais importantes que Cingapura”, afirma Philippe Gurdjian, CEO da Abu Dhabi Motorsports Management, a empresa responsável por organizar a prova no Oriente Médio. “Esta corrida será um evento gigantesco.”
Para colocar o audacioso plano em prática, 5.500 funcionários trabalham na construção do circuito, localizado em uma das 200 ilhas que formam Abu Dhabi – um dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos -, para que ele fique pronto no prazo.
As obras, que tiveram inÁcio em fevereiro do ano passado, ainda não têm previsão para ficarem prontas, mas a organização diz que tudo estará concluÁdo muito antes de novembro.
E, para que os turistas voltem, uma das principais preocupações da organização é com o público. Para isso, todos os lugares são cobertos, algo inédito nos circuitos do calendário.
Outro investimento é nos setores VIP, que já são chamados de VVIP tamanho o requinte e o luxo. O edifÁcio principal para este público é a Sun Tower, perto da largada e totalmente abastecida por energia solar. No traçado, a maior inovação é a saÁda dos boxes em túnel.
“Em determinado momento alguns pilotos estarão no nÁvel abaixo do circuito e outros acima e não poderão se ver. Com isso a saÁda dos boxes será mais segura, já que ninguém vai se distrair com um carro a seu lado”, diz Mohammed ben Sulayem, presidente do Automóvel Clube dos Emirados Árabes.
Mas quem não assistir a corrida em 2009 terá outras oportunidades. O contrato de Abu Dhabi com a FIA vai até 2016.
Os organizadores não falam em valores, mas o custo do circuito Yas Marina se aproxima ao que foi gasto com a reforma de Wembley. Estima-se que US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 3,31 bilhões) tenha sido usado no estádio.
Fonte: Folhapress