F1: Brawn GP faz história na Austrália

A Brawn GP fez história neste domingo (29/03), na abertura da temporada 2009 em Melbourne, na Austrália. Pole-position, o inglês Jenson Button dominou a corrida, vencendo pela segunda vez na categoria, com o brasileiro Rubens Barrichello, que saiu em segundo, formando a dobradinha da equipe estreante em Albert Park.

Em 59 anos de história apenas duas equipes haviam feito a dobradinha em sua estreia na categoria, depois de largarem com seus carros nas duas primeiras posições do grid. A Alfa-Romeo (com os italianos Giuseppe Farina e Luigi Fagioli, no primeiro GP da história, na Inglaterra em 1950) e a Mercedes (com o argentino Juan Manuel Fangio e o alemão Karl Kling no GP da França de 1954). Em 1977 a Wolf estreou vencendo na Argentina, com o sul-africano Jody Scheckter, que havia largado em 11º. Scheckter era o único piloto da equipe.

Na largada Button manteve a ponta, com Barrichello saindo lentamente e perdendo várias posições. Na primeira curva o brasileiro e o australiano Mark Webber, da Red Bull, se tocaram, provocando uma confusão no meio do grid. Com seus carros danificados, os alemães Nick Heidfeld, da BMW Sauber, e Adrian Sutil, da Force India tiveram que ir para os boxes, assim como Webber e o finlandês Heikki Kovalainen, que acabou ficando por lá mesmo.

Button era o primeiro seguido pelo alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, o brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, e o polonês Robert Kubica, da BMW Sauber. Barrichello era o 7º com o compatriota Nelsinho Piquet, numa grande largada, o 10º com sua Renault.

Button e Vettel começaram a abrir vantagem sobre os demais, com Barrichello tocando no finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari, ganhando a sexta posição, na 10ª volta. O campeão de 2007 foi para os pits.

Na 12ª volta os pilotos, começando por Massa, começaram a ir para os boxes. Vettel e Rosberg entraram na 17ª passagem, com Button se mantendo na pista.

O japonês Kazuki Nakajima, da Williams, perdeu a traseira de seu carro, na 19ª volta, batendo de frente no muro. Barrichello foi para os boxes, com a equipe colocando um novo aerofólio dianteiro, com o lÁ­der Button também parando, pouco antes do Safety-car ser acionado.

Com vinte voltas Button liderava, seguido por Vettel, Massa, Kubica, Raikkonen, Rosberg, Piquet e Trulli. Barrichello vinha em 10º. Todos os pilotos haviam feito a primeira parada nos boxes.

A corrida recomeçou na 24ª volta, com Button mantendo a frente. Piquet, que duelava com Rosberg pela 6ª posição, com problemas nos freios de sua Renault rodou na primeira curva, com sua bela prova acabando na brita.

Button seguia tranqüilo na frente, com 3,9 segundos de vantagem sobre Vettel na 30ª volta. Massa era 3º e Barrichello 6º na 30ª volta. Duas voltas depois o ferrarista foi o primeiro a fazer a segunda parada nos boxes.

Button se mantinha na liderança, enquanto os rivais iam parando nos boxes. Trulli na 34ª, Kubica e Raikkonen na 39ª, Hamilton na 44ª e Vettel na 46ª.

Na 47ª, enquanto finalmente Button fazia a sua segunda parada, Massa ficava lento no circuito, levando seu carro até os boxes, abandonando. Numa seqüência diferente, por causa da batida com Raikkonen, Barrichello foi aos boxes para última vez faltando seis voltas para o final, retornando em 5º.

Button era lÁ­der, com 1,8 segundos de vantagem sobre Vettel, que era seguido por Kubica, Rosberg e Barrichello. O polonês começou a se aproximar de Vettel, com Rosberg perdendo rendimento em sua Williams, sendo ultrapassado por vários carros.

Na 56ª volta Kubica foi para cima de Vettel. Com os pneus em melhor estado, o piloto da BMW Sauber, por fora na curva dois, ia ganhando a posição, contudo Vettel prolongou a freada, os carros se tocaram e o polonês ficou atravessado.  Os dois carros, totalmente danificados, foram parar no muro, com Kubica abandonando na hora e Vettel, com a roda dianteira esquerda pendurada no carro, tentando ficar na pista, mas desistindo uma volta depois. O Safety-Car foi acionado pela segunda vez. Na última Raikkonen abandonou.

Com o carro de segurança na pista Button recebeu a bandeirada, vencendo pela segunda vez na categoria (a primeira foi na Hungria em 2006, com a Honda). Barrichello completou a dobradinha histórica de uma equipe criada há apenas três meses, e que apostou em dois pilotos dados como acabados para a F-1.

Depois de um final de semana terrÁ­vel, o atual campeão, o inglês Lewis Hamilton, da McLaren, herdou a terceira posição, com a punição do italiano Jarno Trulli, da Toyota. Trulli era terceiro colocado quando o safety car entrou na pista, mas por sair da pista indo para a grama, Hamilton ficou sem opção e ficou a frente do piloto do time japonês. Trulli não quis perder tempo para recuperar a posição, mesmo com safety car na pista, o que não é permitido. Com isso, os comissários puniram o italiano com acréscimo de 25s, o deixando na 12° colocação.

O alemão Timo Glock foi o 4º, salvando o final de semana da Toyota (que teve que largar dos boxes depois dos dois carros serem desclassificados dos treinos e viu o terceiro de Trulli virar um 12º). O bi-campeão, o espanhol Fernando Alonso, terminou em 5º com sua Renault, seguido por Rosberg. As duas Toro-Rosso completaram a zona de pontuação, com o estreante suÁ­ço Sébastien Buemi e o francês Sébastien Bourdais.

Na quinta-feira (02/03), a FIA puniu Hamilton com a perda do terceiro lugar, depois de reavaliar o incidente com Trulli, que culminou com a punição ao italiano. Novos elementos, como filmagens de torcedores e a comunicação interna da equipe McLaren, contribuÁ­ram para a reviravolta. A FIA considerou que Hamilton recebeu ordens da equipe para deixar Trulli passar, recuperando o terceiro lugar, mas omitiu isso aos comissários.  A FIA absolveu os dois pilotos da ultrapassagem, contudo como o atual campeão mentiu para os comissários (ele alegou que diminuiu a velocidade porque estava distraÁ­do observando no painel do carro se estava dentro da velocidade exigida quando o safety car está na pista), foi desclassificado da corrida.

A próxima etapa acontece no próximo domingo (05/03), o GP da Malásia, em Sepang.

Confira o resultado final da prova:

1) Jenson Button – ING – Brawn-Mercedes – 58 voltas em 1h34m15.784
2) Rubens Barrichello – BRA – Brawn-Mercedes, a 0.807
3) Jarno Trulli – ITA – Toyota – a 1s604
4) Timo Glock – ALE – Toyota, a 4.435
5) Fernando Alonso – ESP – Renault, a 4.879
6) Nico Rosberg – ALE – Williams-Toyota, a 5.722
7) Sebastien Buemi – SUI – Toro Rosso-Ferrari, a 6.044
8) Sebastien Bourdais – FRA – Toro Rosso-Ferrari, a 6.298
9) Adrian Sutil – ALE – Force India-Mercedes, a 6.335
10) Nick Heidfeld – ALE – BMW Sauber, a 7.085
11) Giancarlo Fisichella – ITA – Force India-Mercedes, a 7.374
12) Mark Webber – AUS – Red Bull-Renault, a 1 volta
13) Sebastian Vettel – ALE – Red Bull-Renault, a 2 voltas
14) Robert Kubica – POL – BMW Sauber, a 3 voltas
15) Kimi Raikkonen – FIN – Ferrari, a 3 voltas   
  
Não completaram a prova:

Felipe Massa – BRA – Ferrari – 45 voltas     
Nelson Piquet – BRA – Renault – 24 voltas 
 
Kazuki Nakajima – JAP – Williams-Toyota – 17 voltas   
Heikki Kovalainen – FIN – McLaren-Mercedes – 0 voltas  

Desclassificado:

Lewis Hamilton – GBR – McLaren-Mercedes

Volta mais rápida: Nico Rosberg – ALE – Williams-Toyota – 1:27.706 na 48ª volta