Depois de seis temporadas com a Ferrari, Rubens Barrichello, 33, dá inÁcio a uma nova fase em sua carreira. Com contrato assinado desde o meio do ano passado com a Honda, Á época BAR, o piloto começa nesta semana a pré-temporada na escuderia inglesa.
Mas guiar de fato ele só irá na quinta-feira, segundo a assessoria do time. O cenário será a pista de Jerez de la Frontera, na Espanha.
Para mostrar serviço na nova casa, no entanto, Barrichello terá de lutar contra uma “maldição” que persegue os pilotos que deixaram a Ferrari antes dele.
Desde que o francês Alain Prost se desligou da equipe de Maranello em 1991 para ser campeão na Williams dois anos depois, sair da Ferrari é sinÁ´nimo de fracasso.
A sina, iniciada em 1992 com Ivan Capelli, atingiu até mesmo pilotos que deixaram os italianos em busca de um carro melhor, caso de Jean Alesi e Gerhard Berger.
Companheiros de Ferrari entre 1993 e 1995, ambos foram para a Benetton em 1996, sem sucesso. Berger permaneceu na F-1 até 1997, mas conseguiu vencer apenas uma prova -o GP da Alemanha em seu último ano na categoria. Em termos de campeonato, porém, não foi além de um quinto lugar nesta mesma temporada.
Já Alesi fechou dois Mundiais em quarto, mas não garantiu permanência na Benetton. Perdeu competitividade e respeito penando em equipes pequenas como Sauber, Prost e Jordan.
Mas esta não é a única escrita que Barrichello terá de quebrar. Ser ex-companheiro de Michael Schumacher também não significa boas performances. Antes do brasileiro, todos os oito parceiros anteriores do alemão viram seus desempenhos despencarem após o rompimento da parceria.
Dois deles -Nelson Piquet e Riccardo Patrese- abandonaram a F-1 após dividir os boxes da Benetton com o então novato.
Se a maioria “largou” Schumacher e foi para equipes pequenas -caso de Eddie Irvine, que trocou a Ferrari pela Jaguar-, houve casos em que o fracasso ocorreu mesmo em times grandes ou, no mÁnimo, promissores.
Martin Brundle, parceiro do alemão na Benetton em 1992, correu pela McLaren em 1994. Fechou o Mundial em sétimo.
Johnny Herbert, que também foi companheiro de Schumacher no time em 1995, chegou a vencer uma prova, o GP da Europa, em 1999 -era companheiro de Barrichello, na Stewart. No Mundial, foi o oitavo, com 15 pontos.
Agora, na Honda, o brasileiro fará dupla com o inglês Jenson Button, com quem diz se dar bem. “Não espero nada pior do que correr ao lado do Michael Schumacher”, afirmou Barrichello.