O executivo brasileiro Carlos Ghosn, presidente da companhia francesa de automóveis Renault, anunciou hoje os planos para recuperar os resultados da companhia. Ghosn disse que a Renault deve lançar 26 novos modelos entre 2007 e 2009, com o objetivo de se tornar “a montadora de carros mais lucrativa da Europa”.
A idéia é desenvolver uma linha de carros de luxo e vender mais 800 mil automóveis em estratégia para recuperar os resultados da companhia. Na quinta-feira, a empresa divulgou queda maior do que a esperada no lucro de 2005.
Os planos representam uma estratégia de Ghosn para reformular as atividades da Renault, melhorar a linha de produtos da montadora e ampliar seu alcance regional, estancando a redução de performance financeira da terceira maior fabricante de veÁculos da Europa.
Ghosn não falou sobre fechamento de unidades, mas afirmou aos funcionarios da Renault que o sucesso do plano é indispensável para evitar uma reestruturação industrial.
“A Renault não está em crise, mas permanece frágil”, disse o executivo durante conferência transmitida ao vivo pela televisão francesa.
“A Renault não precisa de reestruturação no momento. O que a Renault precisa é de crescimento, novos produtos e uma boa imagem de marca”, acrescentou.
A companhia registrou lucro operacional bruto de 1,32 bilhão de euros em 2005 (US$ 1,6 bilhão), valor 37,4% menor do que o ganho de 2004 e abaixo da previsão média dos analistas, de 1,39 bilhão de euros.
O lucro lÁquido da montadora, no entanto, subiu para recorde de 3,37 bilhões de euros em 2005 ante 2,84 bilhões de euros em 2004, devido principalmente a ganhos com participações, informou a empresa.
As receitas aumentaram 1,9%, para 41,34 bilhões de euros.
Ghosn disse que quer que o número de carros vendidos pela Renault seja 800 mil unidades mais alto por ano até 2009, comparado com 2,5 milhões de veÁculos vendidos em 2005. Dos carros adicionais que serão vendidos, 250 mil serão comercializados na Europa.
O volume parece menos ambicioso que os 4 milhões de veÁculos pretendidos por ano pelo presidente-executivo anterior da companhia.
Ghosn, 51, ocupa o cargo de presidente-executivo da Renault desde maio do ano passado, e ainda comanda a Nissan, na qual a empresa francesa tem uma participação de 44%. A recuperação da montadora japonesa foi creditada ao trabalho do brasileiro.
Fonte: Invertia