F1: Há 20 anos, Senna conquistava seu 1º tÁ­tulo mundial

O dia 30 de outubro de 1988 foi definitivamente especial para o automobilismo brasileiro. Naquela data, depois de um magnÁ­fico Grande Prêmio do Japão, o primeiro tÁ­tulo mundial fazia com que Ayrton Senna da Silva começasse a construir sua figura de Á­dolo nacional.

Pelo destaque já em seus quatro primeiros anos com equipes de menor escalão no cenário da Fórmula 1 da época ¿ entre 1984 e 1987, conquistou seis vitórias e 16 pole positions a bordo da modesta Toleman e da tradicional Lotus, cuja era de ouro já havia passado ¿, Senna chegou Á  temporada de 1988 tido como um piloto de um futuro brilhante nas pistas da categoria.


Porém, junto com o aumento das expectativas sobre o brasileiro de então 28 anos, a pressão também crescia em trajetória semelhante. Também pudera: contratado pela McLaren, escuderia que havia sido tricampeã da Fórmula 1 em 1984, 1985 e 1986, ele teria pela primeira vez em mãos um carro capaz de brigar pelo campeonato.


E o primeiro adversário rumo Á  primeira conquista mundial para Senna viria dentro de sua própria equipe: Alain Prost, bicampeão que poderia ser apontado como primeiro piloto dos ingleses. Poderia, porque aquele paulistano queria mesmo mostrar porque havia assinado contrato com o time comandado por Ron Dennis.


Nesse contexto, o então novato da McLaren fez até mais do que se esperava dele ao acabar com a ameaça de Prost com oito vitórias nas 16 etapas que compuseram a temporada de 1988 ¿ o parceiro, por sua vez, faturou sete, enquanto Gerhard Berger vibrou em uma oportunidade. De todos os resultados positivos do brasileiro, o mais memorável sem dúvidas foi o que lhe garantiu o tÁ­tulo, no Japão.


No dia 30 de outubro de 1988, o circuito de Suzuka recebia a prova que poderia decidir com antecipação o campeonato. A situação era clara: em duas corridas, Senna precisava de uma vitória para ficar com a taça, sendo que, em caso de triunfo do francês, a decisão seria adiada para o Grande Prêmio da Austrália.


Mostrando que não deixaria passar daquele fim de semana de outubro a data da sua consagração, o brasileiro marcou logo a pole position, estatÁ­stica totalmente dominada por ele durante o ano (foram 13). Porém, um problema na embreagem fez o seu motor morrer na hora da largada, o que o fez cair para a 16ª posição e colocou Prost na liderança.


A partir desse momento, Senna iniciou empreitada que culminou em uma de suas maiores corridas de recuperação: com o problema do carro resolvido, ultrapassou seis adversários logo na primeira volta e, no 11º giro, já estava na terceira colocação. Após se livrar do italiano Ivan Capelli, que teve de abandonar a corrida japonesa, o piloto nascido em São Paulo tinha a sua frente apenas o companheiro de equipe, única pessoa que poderia lhe tirar o troféu.


E Prost, vendo suas chances de conquistar o tri mundial se esvaÁ­rem, foi ultrapassado na 20ª volta, quando nem o fato de o francês espremer o rival na parte interna da pista na altura da reta dos boxes foi suficiente para impedir a manobra de Senna, que na seqüência precisou somente retardar a freada para assumir a liderança e assegurar sua primeira conquista na Fórmula 1.


Além de significar o inÁ­cio dos tÁ­tulos para o brasileiro, que a bordo da mesma McLaren se consagraria ainda em 1990 e 1991, o Grande Prêmio do Japão de 1988 serviu ainda para esquentar o que seria uma das principais rivalidades da história da categoria.


Fonte: Gazeta Press