Pole nas 500 Milhas de Indianápolis, vencedor do GP do Japão, em Motegi, o mineiro Bruno Junqueira mostrou, em suas sete temporadas nos EUA, estar mais do que acostumado ao desafio dos circuitos ovais. Nem toda a experiência foi suficiente, no entanto, para tornar menos difÁcil o aprendizado e a adaptação Á Indy Racing League.
Com apenas dois treinos extra-oficiais e menos de um mês para a preparação do equipamento, ele sabia que não teria vida fácil na primeira prova do campeonato, o GP de Homestead. Enfrentando problemas de dirigibilidade no Dallara Honda de número 18, do team Z-Line/Dale Coyne, ele foi forçado a abandonar a corrida na 37ª das 200 voltas, e pensa agora em um melhor desempenho nas ruas de Saint Petersburg, segunda parada da categoria. A vitória na etapa noturna, disputada no oval de 1,5 milha próximo a Miami ficou com o neozelandês Scott Dixon, da Ganassi, depois que Tony Kanaan teve seu carro atingido a seis voltas da bandeirada, quando liderava com folga.
Bruno largou em 20º com um carro que, em média, perdia de três a quatro milhas horárias por volta para os lÁderes, acostumados ao equipamento desde 2003. Nas primeiras voltas, ainda conseguiu ganhar posições e andar em 18º, mas alertava os boxes para o problema de saÁda excessiva de traseira. As mudanças feitas no primeiro pitstop não surtiram efeito, o mineiro voltou aos boxes e, diante do temor de que a instabilidade do carro provocasse um acidente, acabou deixando a prova.
“Só tenho que agradecer Á equipe por ter feito tudo para que conseguÁssemos alinhar o que já foi uma vitória. O carro vinha com a traseira muito solta e isso, em um oval, é o primeiro passo para acabar no muro. Procurei usar minha experiência para entender que seria perigoso continuar, para mim e para os demais pilotos. SabÁamos que terÁamos muito trabalho pela frente, mas esse primeiro fim de semana nos mostrou os pontos em que podemos progredir e valeu como um aprendizado. Minha expectativa para Saint Petersburg é muito boa, por se tratar de uma pista de rua, em que o talento do piloto acaba prevalecendo e, acima de tudo, por ser um circuito que já conheço. Temos tudo para andar bem melhor lá”, explicou, ao descer do carro.
Prova de que a Coyne não foi a única a ter dificuldades, mesmo a poderosa Newman-Haas-Lanigan teve uma corrida complicada. Um dos pilotos, Graham Rahal, sequer conseguiu largar e, na pista, ficou clara a diferença em relação aos times que já disputavam a categoria, o que deve diminuir a cada prova.