O paranaense Tarso Marques (Terra) conquistou neste domingo a segunda vitória na Stock Car. De ponta a ponta, o ex-piloto da Minardi na Fórmula 1 ganhou a terceira etapa, disputada em Campo Grande, e se tornou o terceiro vencedor daquela que promete ser mesmo a mais equilibrada temporada da história da categoria.
A liderança também trocou de mãos. Depois de Ricardo MaurÁcio (Medley) e Rodrigo Sperafico (Action Power), a ponta da tabela passou para Thiago Camilo (Vogel/Texaco), que recebeu a bandeirada em segundo sob intensa pressão de Marcos Gomes (Medley), campeão da Stock Car Light em 2006 e que completou o pódio.
Apesar dos inúmeros acidentes, quase todos do meio para o final do pelotão, as maiores emoções ficaram para as primeiras e as últimas voltas. O pole Tarso saiu bem e Gomes manteve a segunda colocação do grid, mas não conseguiu impedir a ultrapassagem de Camilo na seqüência de curvas lentas que antecedem a entrada dos boxes. A partir daÁ, as posições principais praticamente não foram alteradas. Da metade da prova em diante, Gomes foi reduzindo a diferença até encostar definitivamente em Camilo na penúltima volta.
“Eu não estava muito rápido no começo. Além disso, fui obrigado a controlar ninguém menos que Cacá Bueno. Meu carro melhorou do meio para frente da corrida e pude chegar no Camilo. Só que seria muito arriscado tentar uma ultrapassagem sem tocar nele. Eu ainda não havia marcado pontos e estes 16 do terceiro lugar serão importantes para a briga para entrar nos playoffs decisivosâ€, lembrou Marcos Gomes, que ratificou a condição de melhor estreante do fim de semana da Stock Car no Mato Grosso do Sul e passa a ocupar o 12º na classificação geral.
Além do segundo pódio do ano, a festa nos boxes da Medley também era motivada pela prova heróica de Ricardo MaurÁcio. Mesmo com a direção hidráulica quebrada na segunda volta e a conseqüente dificuldade de contornar as curvas com o volante pesado, MaurÁcio terminou numa ótima 6ª colocação que o manteve em terceiro no campeonato. “Eu gritava no rádio para avisar a equipe sobre o que estava acontecendo, mas ninguém ouvia. Mexi nas barras e deixei o carro mais dianteiro, porque se ele saÁsse de traseira certamente eu escaparia da pista. Neste aspecto, os pneus nacionais também ajudaram, porque são mais duros que os importados do ano passado. E também saÁ no lucro, porque minha desvantagem em relação ao lÁder caiu de seis para cinco pontosâ€, comentou.
Tarso, que baixou a pressão dos pneus nos boxes momentos antes da formação do grid, disse que foi uma vitória “difÁcilâ€, apesar da impressão contrária. “O começo foi complicado porque o Camilo estava muito rápido. Meu carro estava traseiro e, por isso, quase saÁ várias vezes da pista. Mas eu acreditava que melhoraria a partir da segunda metade da prova, depois das mudanças no acerto que fizemos depois dos treinos classificatórios. Felizmente, deu certoâ€, completou.
O novo lÁder fez um discurso parecido com o do ganhador. “Acho que erramos na calibragem, porque depois de um bom começo o carro foi piorando. A equipe me pedia para manter o ritmo porque o Marquinhos estava se aproximando, mas eu estava andando o mais forte possÁvel. Eu imaginava que ele só encostaria mesmo na última volta, e foi o que ocorreu. Tenho de elogiar o comportamento dele, porque outro talvez provocasse um acidente na tentativa de ultrapassagem. E o importante foi conquistar a meta de sair daqui na liderançaâ€, observou Camilo.
Outro destaque da prova foi o aniversariante Guto Negrão, que completava 48 anos neste domingo. Mesmo partindo do fundo do grid – foi o 37º no qualifying -, mostrou a conhecida maturidade para escapar das confusões e ainda completou as 29 voltas na 19ª posição, logo atrás do antigo lÁder Rodrigo Sperafico.