Ášltima passagem pelo circuito foi em setembro de 2003 e
apenas um piloto do grid atual estava presente naquela prova.
Na memória dos torcedores sul-mato-grossenses, ainda está a lembrança de uma categoria que lutava pela própria sobrevivência, com apenas dez carros no grid e futuro incerto. O tempo, especialista em transformações, tratou de mudar as coisas. Dois anos e meio depois, a Stock Car Light está de volta a Campo Grande (MS) completamente modificada. Pegou carona no crescimento da categoria principal, transformou-se num campeonato forte, competitivo e repleto de pilotos promissores. O suficiente para surpreender quem for ao autódromo no domingo (21), acompanhar de perto a terceira etapa da temporada, marcada para Á s 12h30 no horário local.
Somente um piloto esteve presente durante todo o processo que elevou a Stock Car Light ao nÁvel atual. É o paulista Paulo Bonifácio, que viveu a fase mais difÁcil da categoria e agora comemora o sucesso do campeonato entre os mais de vinte carros inscritos por prova. “A categoria cresceu junto com a Stock Car exatamente por servir de trampolim para campeonato principal. Aqui, o piloto pode ter o primeiro contato com um carro de tração traseira e motor V8, com 350 cavalos de potência, preparando-se para o futuro. O custo também é mais acessÁvel, o que ajuda no processo e faz o investimento valer a penaâ€, analisa Boni, que faz sua quarta temporada na Stock Car Light.
A categoria, cada vez mais atrativa, trouxe novos pilotos, o que refletiu diretamente na pista. No ano passado, por exemplo, a disputa pelo tÁtulo envolveu três candidatos e foi decidida somente na última volta da última corrida. Um cenário que deve se repetir em 2006. Por enquanto, quem saiu na frente foi o paulista Rafael Daniel, que soma 34 pontos, seguido de perto por Lico Kaesemodel, com 33. Marcos Gomes é o terceiro colocado com 25, empatado com Daniel Landi. Depois de um acidente na primeira etapa, Paulo Bonifácio foi o segundo colocado em Curitiba e começa a entrar nesta briga, com 20 pontos. Ele tem motivos para chegar a Campo Grande bastante confiante.
Primeiro, por ser o piloto de maior experiência no circuito, onde disputou um total de três corridas. Duas pela Stock Car Light, em 2003, e uma pela categoria principal, em 2004. Depois, pelo bom histórico no traçado sul-mato-grossense. Na última passagem da Stock Car Light por Campo Grande, Boni subiu ao pódio em terceiro lugar. “Acredito que toda essa experiência pode representar uma vantagem e quero aproveitar a situação. Sou o único que conheço as reações do carro nesta pista, o que vai me dar um pouco mais de tempo para trabalhar no acerto durante os treinos livresâ€, afirma Boni.
A primeira meta do piloto é terminar a corrida. Ele interrompeu, em Curitiba, uma série de abandonos (foram cinco em dez provas) que não deseja repetir. “São apenas nove etapas e o importante neste campeonato é manter a constância. Minha maior preocupação é com a curva depois da largada. É fundamental ficar longe dos acidentes, porque estou vivendo um bom momento e tenho chances de vitóriaâ€, comenta. Boni vem de uma boa estréia no FIA GT, pela classe GT3, em Silvertone, na Inglaterra, além de ter conquistado um pódio na etapa anterior da Stock Car Light.