Truck: Renato sobe no pódio com Débora e mantém liderança

Piloto da Volkswagen chegou em segundo lugar e ampliou vantagem no campeonato; Débora Rodrigues chegou em 3º e com isso o casal é o primeiro da história a subir junto no pódio.



A sétima etapa da Fórmula Truck, disputada hoje, em Curitiba, entrou para a história por consagrar pela primeira vez no automobilismo um casal subindo junto no pódio, com Renato Martins em segundo e sua esposa e companheira de equipe, Débora Rodrigues, em terceiro.


 


O resultado, bastante comemorado pela RM Competições, também consolidou a liderança do piloto da Volkswagen no campeonato, com 111 pontos, contra 88 de Pedro Muffato e Vinicius Ramires, o vencedor de hoje.


 


Renato largou na pole position e vinha administrando com relativa facilidade a ponta. Ele buscava a terceira vitória na temporada e a 28ª na carreira (ele é o recordista deste quesito na Truck). Mas, na 20ª volta, uma barra estabilizadora soltou-se na parte traseira e os pneus começaram a travar.


 


“De repente, senti uma dificuldade para manter o mesmo ritmo na pista e não pude evitar a ultrapassagem do Ramires. Depois, consegui recuperar o desempenho, mas também não queria arriscar perder a segunda colocação, que é muito boa para o campeonato”, contou Renato.


 


Com 23 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, Martins pode assegurar a conquista do tÁ­tulo já na penúltima etapa, marcada para 12 de novembro, em Tarumã (RS). Esta possibilidade, no entanto, nem passa pela cabeça do piloto da RM Competições.


 


“Meus adversários me consideram favorito, mas para mim isso não existe. Só mesmo depois da bandeirada após as duas últimas corridas é que vamos ver quem será o campeão. Até lá, vou trabalhar bastante para manter a liderança nos dois campeonatos”, diz Renato, citando também o primeiro lugar da Volkswagen entre as marcas, com 202 pontos.


 


A felicidade do paulista também era evidente ao comemorar o resultado de sua esposa, companheira de equipe e “aluna”. Afinal, os dois jamais haviam subido no pódio juntos.


 


“Já é difÁ­cil ver mulheres participando de competição automobilÁ­stica. Correr com o marido então é mais raro e com certeza subir junto no pódio é algo inédito”, comemorou Débora Rodrigues. Em competições de rally, é comum haver marido e mulher comemorando vitórias juntos, mas no automobilismo, em que cada piloto compete sozinho (e, logo, como adversário), não se tem notÁ­cia em competições profissionais de uma façanha semelhante a de Débora e Renato.


 


“Subir no pódio com meu marido é uma felicidade indescritÁ­vel”, diz a musa da categoria, que chorou na premiação. “Foi um choro de muita alegria, de realização profissional”, diz a piloto, que está em 7º lugar no campeonato, com 49 pontos -recorde em seus oito anos de carreira na Truck.


 


Débora foi um dos destaques da prova. Largando na 11ª colocação, a única representante das mulheres na categoria conseguiu ultrapassar vários adversários ainda no começo da prova, e passou a 12ª volta, na bandeira amarela programada, na 5ª colocação.


 


Depois, conseguiu ainda subir duas posições e pressionar os ponteiros, vencendo duelos com vários pilotos de ponta, como Djalma Fogaça, Wellington Cirino, Geraldo Piquet, Leandro Totti e Pedro Muffato -este último, concorrente direto de seu marido, Renato Martins, na disputa pelo tÁ­tulo.


 


Muffato tentou uma manobra de ultrapassagem no final da reta oposta, mas Débora posicionou-se melhor, deu um “x” no adversário, que ainda saiu da pista e com isso marcou menos pontos no campeonato. â€œÉ para qualquer professor ficar orgulhoso”, disse Renato na entrevista coletiva após a prova.


 


O pódio também poderia contar com a presença de outros pilotos da RM Competições, como Adalberto Jardim. O paulista largou em terceiro lugar, mas um choque logo na primeira volta danificou o escapamento de seu caminhão e o obrigou a abandonar a sétima etapa. “Hoje era para estar junto da Débora e do Renato”, comentou Jardim.


 


Beto Napolitano também tinha boas chances de subir no pódio -chegou a estar na sexta colocação, mas também teve que sair da prova. “O importante é que o caminhão está a cada prova melhor”, explica.

Herberto Heinen também está otimista para a próxima etapa, que será disputada no Rio Grande do Sul, seu Estado natal. Saindo da última colocação, Heinen subiu para o 10º lugar em menos de dez voltas. “O inÁ­cio da prova foi sensacional”, disse. Depois, uma punição por excesso de fumaça o jogou novamente para trás do pelotão e com isso ele completou a prova na 14ª colocação.