Eles disputaram freadas há 34 anos, ainda praticamente desconhecidos e na extinta Super Vê. Em 2008, com os supercarros Ford GT e Lamborghini Gallardo, voltarão a brigar como duas das maiores estrelas do esporte.
Em 1974, Ingo Hoffmann e Nelson Piquet tinham 22 anos e eram apenas mais dois jovens entre tantos outros que tentavam seguir carreira no automobilismo. Embalados pelo sucesso de Emerson Fittipaldi – que conquistaria seu segundo tÁtulo mundial naquele ano – eles acabaram se destacando e justificando a continuidade do sonho de chegar Á categoria máxima. Ingo, por sinal, entraria na F-1 pelas mãos do Ádolo e amigo Emerson e de seu irmão Wilsinho. Piquet, todos sabem, teria mais condições e sucesso, tornando-se um dos dois únicos brasileiros com três tÁtulos mundiais de F-1, ao lado de Ayrton Senna – superando inclusive o bicampeão Emerson Fittipaldi. Em 2008 os dois anÁ´nimos de 1974 voltarão a se enfrentar em uma temporada completa, mas agora como grandes Ádolos do automobilismo brasileiro.
“Nós dois estávamos estreando no automobilismo com carros de Fórmulaâ€, lembra Hoffmann, hoje consagrado como um dos maiores pilotos do automobilismo interno brasileiro, com nada menos que 12 tÁtulos na Stock Car – uma marca praticamente inigualável. “O Nelson ainda corria com o nome ‘errado’â€, recorda Ingo. “Ele usava ‘Piket’, que era uma forma de a famÁlia não descobrir que ele pilotava, pois seus pais não iriam gostarâ€.
“O Piquet era um tremendo batalhadorâ€, continua Ingo. “Lembro dele chegando ao autódromo com uma Kombi velha, que o seu Super Vê em um reboque surradão. Seu carro não tinha o mesmo nÁvel de investimento dos Super Vê de ponta, mas ele se saÁa sempre bem. Naquela época ninguém sabia onde cada um de nós poderia chegar. Era o inÁcio, mas foram tempos muito bons no automobilismo brasileiroâ€.
E como será disputar freadas com o velho amigo? “Sempre é bom correr com o Nelson. Depois de tantos anos sem disputar freadas, vai ser bem bacanaâ€, diz Ingo. “Eu, do meu lado, vou estar preparadoâ€, continua Hoffmann, um piloto que ainda hoje continua alimentando a admiração (e o espanto) dos adversários pelo preparo fÁsico e o impecável nÁvel de pilotagem.
A carreira dos dois grandes pilotos se separou já no ano seguinte ao daquela temporada da Fórmula Super Vê. Em 1975, Hoffmann seguiu para a Fórmula 3 Inglesa, mas ‘Piket’ continuaria na categoria até 1976, para depois também se lançar no automobilismo internacional. Já em 1976, Ingo estrearia pela equipe dos irmãos Fittipaldi, sendo inscrito em seis corridas – quatro naquele ano, mais duas em 1977. Já com o nome correto, Piquet estrearia somente em 1978, no GP da Alemanha, pela pequena equipe Ensign. Por isso, os dois velhos amigos não tiveram a chance de medir forças na Fórmula 1