Rally: Osmar Yuiti Shimosaka abandona Rally dos Sertões

Poços-caldense cai e dá adeus ao bicampeonato na categoria Production.

Quem pensa que o Rally dos Sertões é composto de glamour e flores está muito enganado. Costuma-se dizer que a competição consegue separar os homens dos meninos. E não é uma brincadeirinha para qualquer um não.
 
Tanto para pilotos quanto para equipes de apoio, mecânicos, assessores, jornalistas, voluntários de Projetos Sociais, enfim, muitas vezes, mesmo antes da prova terminar, cada um já possui mais de uma dezena de histórias boas e até ruins para contar.
 
E com certeza o piloto da moto 105, que proporcionou imagens emocionantes aos fotógrafos e cinegrafistas e chegou a andar entre os 10 primeiros na classificação geral, Osmar Yuiti Shimosaka não vai mais se esquecer da sexta etapa, a que foi de Palmas (TO) a Balsas (MA). Eram ao todo 536 quilÁ´metros de especial, a maior de todas já disputadas. Tudo começou com o deslocamento de 126 quilÁ´metros, local onde era aberto o trecho cronometrado.
 
Trechos muito rápidos, de altÁ­ssima velocidade, um pouco sinuosos e algumas serras médias para se transpor. Até por volta de 200 km, tudo ia bem com Osmar, até que um tombo, o que é extremamente normal quando se pilota em alta velocidade em meio a muitos obstáculos, tirou de vez a chance de um bicampeonato na categoria Production. “Tudo acontece muito rapidamente, quando vê já se está no chão”, explicou Shimosaka. “Fiquei meio zonzo, com dores no pescoço, porém, como o corpo ainda estava quente, não me dei conta da gravidade dos ferimentos. Fui atendido por um dos médicos e ele me disse: ‘fique quieto aÁ­!’, mas não fiquei parado por mais de 15 minutos. Tratei de verificar como estava a moto, sacudi a poeira e segui em frente. Mas o ombro começou a doer, de repente o pulso e a mão também. Fui em frente, mas as dores eram terrÁ­veis. Fui da nona posição na geral para a 24ª e disse a mim mesmo que largaria novamente no outro dia. Porém, quando acordei é que vi os ‘estragos’, mal conseguia esticar os dedos para apertar a embreagem, muita dor, tudo doÁ­a. Era hora de parar, pensar e entender que estava dentro de um dos maiores Rallys no mundo e que momentos como o que estava passando eram mais comuns do que parecia. Sem chances então de continuar, tratei de conseguir uma carona e passei então a conhecer lugares que eu nem imaginava que existissem. Rally tem todo ano e agora a recuperação é o mais importante”, completou o piloto de Poços de Caldas (MG).
 
Após ser constatado que Osmar havia quebrado a mão, o pulso e a clavÁ­cula, ele comunicou sua assessoria de imprensa sobre o abandono definitivo do Rally na manhã de quarta-feira (25/06), mas, após enfrentar problemas de comunicação, somente hoje pÁ´de ser divulgada a notÁ­cia. O piloto segue com a caravana do Rally e em Natal vai se encontrar com a famÁ­lia, que estará aguardando sua chegada.
 
A distribuição dos kits ‘Sorria para o Rally’ continua mesmo depois do término da prova, quando Tânia Mara e Edu Abreu iniciam a viagem de volta por uma rota diferente da percorrida até aqui.Os kits são compostos por creme dental, escova, folheto explicativo, 2 livros de histórias infantis e um pacote de bolacha.