A Mercedes conquistou, em 2017, seu quarto campeonato consecutivo, algo raro na história da Fórmula 1. Mas o projetista-chefe da equipe, John Owen, garante que o carro nunca esteve 100%. Na verdade, sequer foi projetado para isso.
Esta foi a abordagem da equipe para se precaver de possÁveis “pegadinhas†do regulamento que estreou nesta temporada e que deixou os carros mais rápidos, com o aumento das asas dianteira e traseira e da largura dos pneus.
“Meu objetivo era construir um carro 90% para 2017. Pode ser estranho não focar em 100%, mas o problema que você enfrenta em qualquer tipo de regra é que não dá para ter certeza dos desafios que vai ter no caminho (como as regras vão evoluir, se os pneus vão se comportar de forma diferente em relação ao que você esperava).â€
Owen explicou que isso significa, por exemplo, fazer um carro mais “espaçosoâ€, para facilitar a vida dos engenheiros caso mudanças sejam necessárias.
“Há muitas incertezas, então você foca em um carro que possa cobrir a maioria das circunstâncias possÁvel, e aceitar que isso pode não ser o máximo em termos de otimizaçãoâ€, disse o engenheiro.
Mesmo assim, a Mercedes passou por apertos com seu carro, que chegou a ser apelidado de “diva†pelo chefe Toto Wolff, por não responder da maneira prevista em determinadas condições. Porém, ao longo do ano, os profissionais da equipe foram aprendendo a entendê-lo melhor.
“Infelizmente, a maioria das coisas Á s quais tivemos de nos adaptar não era algo que podÁamos prever. Então tivemos que comprometer muitas coisas ao longo do ano e tivemos algumas dificuldades com o que fizemosâ€, reconheceu Owen.
Mas se mesmo com estas dificuldades e um carro 90% em relação ao ideal, a Mercedes conquistou o tetra, o que esperar da próxima temporada? O projetista afirmou que o carro só chega Á “maturidade†na segunda ou terceira temporada após uma mudança de regra. Aos rivais da equipe de Hamilton e Bottas, portanto, é melhor esperar que mais dificuldades apareçam pelo caminho.
Fonte: UOL Esportes