Eles estão entre os quatro paÁses que mais vezes foram representados na história da Fórmula 1, mas passaram recentemente – ou ainda passam – por uma situação que o Brasil vai conhecer ano que vem na categoria: não ter um piloto no grid.
Contabilizando todos os seus pilotos, a França é o segundo paÁs com mais participações em etapas da Fórmula 1 desde sua fundação, em 1950: 840, atrás apenas do Reino Unido, que tem 960. Nesta lista, o Brasil vem em terceiro lugar, com 791, e a Itália, em quarto, com 785.
Para os franceses, o momento atual é de recuperação, depois de dois perÁodos recentes – 2005 e 2007 e, pouco tempo depois, 2010 e 2011 – sem representantes. E, para piorar, mais de 20 anos sem vitórias, sendo a última a surpreendente conquista de Olivier Panis no GP de MÁ´naco de 1996.
Muito em função do investimento da Renault no automobilismo de base francês, esse cenário vem se modificando, com a chegada de Romain Grosjean em 2011, a ascensão de Jules Bianchi e, mais recentemente, a chegada de Esteban Ocon e Pierre Gasly. Em 2018, a França terá três pilotos no grid. E especialmente dois mais novos tomaram passos decisivos na carreira sem ter em quem se espelhar na Fórmula 1
“Mesmo sem um piloto francês, eu via a Fórmula 1 quando era criança porque, mesmo assim, a categoria continuou sendo popular na França, até porque passava na TV abertaâ€, relembrou Ocon ao UOL Esporte. “Mas não me lembro de pensar que eu queria ir para a Fórmula 1 só para ser o cara que iria voltar a levantar a bandeira francesa aqui. No final das contas, não acho que isso acabou fazendo diferença na minha carreira.â€
A virada da França, inclusive, ganhará um novo capÁtulo em 2018, com o retorno do GP local após 10 anos. E tudo indica que será um sucesso, como conta Ocon.
“Acho que os ingressos acabaram porque uns amigos me falaram que tentaram comprar ingressos e não conseguiram porque tinha acabado. Isso é uma grande notÁcia e mostra que a Fórmula 1 pode voltar a ser muito grande na França.â€
Itália na seca desde 2011
O caso da Itália, contudo, é o mais emblemático: o paÁs chegou a ter uma dezena de representantes no final dos anos 1980 e, desde 2011, não sabe o que é ter um piloto por toda uma temporada. A exceção foi Antonio Giovinazzi, que fez duas corridas substituindo Pascal Werhlein neste ano e ficou novamente fora do grid ano que vem, com a confirmação de que seu colega de programa de desenvolvimento da Ferrari, Charles Leclerc, foi escolhido para o lugar do alemão.
Ainda assim, Giovinazzi é o italiano mais próximo de uma vaga como titular desde a aposentadoria de Jarno Trulli e a demissão de Vitantonio Liuzzi.
“Acho que a Itália merece ter um piloto, não apenas a Ferrariâ€, defendeu o piloto. “Estou fazendo o meu melhor e é claro que meu sonho é se tornar esse cara, quem vai fazer a Itália voltar Á Fórmula 1, seja ano que vem ou no futuro. Temos outros pilotos na Fórmula 2 e GP3 mas claro que sou quem está mais perto. Mesmo assim, não sinto nenhuma pressão pelo paÁs estar fora por tanto tempo. Quero chegar por mim mesmo.â€
No caso dos italianos, a própria Ferrari é considerada um empecilho por concentrar a atenção da mÁdia e mesmo os investimentos em automobilismo. Para Giovinazzi, um dos poucos italianos que tiveram sua carreira apoiada pela Scuderia, isso não quer dizer que a qualidade não é premiada.
“A Ferrari será sempre a melhor equipe da Fórmula 1 e o maior nome do mundo no automobilismo. Claro que isso torna mais difÁcil para os pilotos, mas não tenho pretensão nenhuma de ultrapassar a Ferrari porque isso é impossÁvel. Mas vimos o que aconteceu na Itália com o Valentino Rossi: se você é bom, não importa sua nacionalidade.â€
Fonte:Â Julianne Cerasoli – UOL