A Confederação Brasileira de Automobilismo, por intermédio de sua assessoria, enviou um comunicado Á imprensa de todo o Brasil contestando a nota divulgada pelo Comitê Organizador dos Jogos Pan-americanos 2007, que será sediado no Rio de Janeiro. No comunicado da entidade máxima do automobilismo brasileiro, o presidente Paulo Scaglione alerta para o que chama “manobras que estão sendo adotadas pelo CO-Rio, que tenta impor ao Poder Judiciário a responsabilidade quanto a realização ou não dos Jogos Pan-americanos”. Confira a declaração de Scaglione na Ántegra:
1 – Alerta contra manobras do CO-Rio
A Confederação Brasileira de Automobilismo, por seu presidente Dr. Paulo Enéas Scaglione, alerta para as manobras que estão sendo adotadas pelo CO-Rio, que tenta impor ao Poder Judiciário a responsabilidade quanto a realização ou não dos Jogos Pan-americanos, não mencionando o fato de que o atraso nas obras é de exclusiva responsabilidade da prefeitura, não da Justiça ou dos que defendem a preservação do Autódromo Internacional Nelson Piquet, dentre eles a CBA. O CO-Rio é uma entidade não governamental administrada pelas mesmas pessoas que se perpetuaram no Comitê OlÁmpico Brasileiro, responsável pelo repasse das verbas do Ministério do Esporte. Parece que, por ausência de reciclagem, os membros do COB acreditam que o Poder Judiciário será coagido a deixar de aplicar a legislação para que os 20 dias dos jogos Pan-americanos possam acontecer, mesmo que, para tal, toda a legislação seja desrespeitada.
2 – O COB se eximiu da responsabilidade
Trazem agora os problemas que deveriam ter solucionado há mais de três anos, quando o presidente do COB, Sr. Carlos Nuzman, após espera de insistentes 43 dias, resolveu atender a presidência da CBA, em dezembro e 2002, em uma reunião onde o mesmo, de forma muito cortês, disse: “O COB nada tem nada a ver com a prefeitura e muito menos com os locais por ela escolhidos”. Bela resposta daquele que fala em nome de todos os esportes, mas que investe unicamente nos OlÁmpicos.
3 – O CO-Rio alerta para o legado, mas não diz quem pagará a conta
O Co-Rio alerta para o grande legado que os jogos Pan-americanos deixarão para acidade com a construção dos módulos no autódromo, sem comentar, porém, quem pagará o custo da manutenção de qualquer dos módulos, pois para o autódromo, abandonado pela prefeitura há exatos três anos, não existem verbas.
4 – Jogos em um municÁpio em crise
É certo que as atenções dos dirigentes do CO-Rio estão voltadas única e exclusivamente para seus interesses. Porém, basta olhar para os lados e ver a depredação instalada no municÁpio do Rio de Janeiro. Hoje damos conta de que crianças muitas vezes vão para a escola com o objetivo principal de se alimentar, mas são dispensadas antes do horário por ausência da merenda escolar. Pessoas morrem por falta de atendimento hospitalar.
5 – Orçamento quadruplicado
O quadro no Rio de Janeiro é grave, mas nada disso parece importar, afinal, como o próprio comunicado explica, “compromissos internacionais foram assumidos pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil junto aos 42 paÁses das Américas”. Diante disso, os dirigentes do Co-Rio acham que tudo deve ser feito para preservar a imagem das autoridades que se comprometeram a realizar os jogos, inicialmente orçados em R$ 800 milhões e hoje ultrapassam a casa dos R$ 3 bilhões.
6 – Sem garantias de manutenção da prática do automobilismo
Os dirigentes do CO-Rio manifestam, em seu comunicado, o apoio Á manutenção da praticado automobilismo e motociclismo, fato esse que afirmam ser garantido e reiterado pela prefeitura. Só deixaram de acrescentar que a prefeitura não tem um projeto aprovado e que promoveu modificações após o mesmo ter sido analisado pela CBA e FIA. O Autódromo de Jacarepaguá tem o melhor traçado misto do Brasil, assim como possui um oval testado e aprovado. Por força de lei, a prefeitura tem de manter um autódromo com padrões FIA nÁvel A. Então, se o projeto pretendido pela prefeitura for executado, perderemos o oval e teremos um único traçado, que obrigatoriamente deverá ser totalmente reconstruÁdo a um custo não inferior a R$ 200 milhões.
7 – Desrespeito Á legislação
Resumindo, a intenção da PREFEITURA/COB/CO-RIO é criar uma situação desconfortável e até, por que não dizer, tentar pressionar o PODER JUDICIÁRIO a aceitar “por inviabilidade fÁsica”, o desrespeito para a legislação, a destruição de um patrimÁ´nio público no qual já foram investidos milhões de dólares desde a sua construção, reformas e construção do oval.