Esperava ansiosamente pela rodada de Nurburgring, não só pelo autódromo ser o meu favorito na Europa, mas também pela evolução que eu e a Swiss Racing Team conseguimos no ajuste do Dallara 2006 que passei a utilizar na rodada passada. Em parte minha expectativa se confirmou, já que foi nesta rodada que conseguimos extrair o melhor desempenho do carro, mas novamente alguns problemas acabaram atrapalhando o nosso resultado final.
A previsão do tempo para todo o final de semana era de chuva, o que se confirmou pelo menos nos treinos classificatórios. Na classificação para a 7ª etapa, a sessão começou com pista molhada, mas foi secando nos instantes finais. Arriscamos em continuar com os pneus para pista molhada, o que se tornou uma desvantagem para nós e ficamos com a 11ª posição no grid. Até aÁ nada demais, pois como eu disse, arriscamos em ficar com os pneus de chuva e como em toda a aposta tinha seu risco. Se tivesse dado certo largarÁamos na primeira fila, como não deu, ficarÁamos mais para trás. Pois é, ficarÁamos pois a equipe utilizou um jogo de rodas antigos, que não estava homologado para este ano no meu carro e de mau companheiro de equipe e fomos desclassificados da seesão. Ou seja largarÁamos em 30º e último lugar.
Fui para a prova decidido a recuperar terreno e vinha fazendo uma corrida alucinante, passando cerca de um carro por curva do circuito. Estava tão rápido que na terceira volta já aparecia na 11ª colocação. Mas foi aÁ que o carro que ia a minha frente passou por cima de um pedaçõ de aerofólio que estava no meio da pista e a peça acabou voando e vindo na minha direção. Atingiu meu capacete, destruiu o encosto de cabeça do carro e ainda acertou a argola de acionamento externo do extintor de incêndio, disparando o dispositivo de combate as chamas. Com isso, fiquei sem enxergar nada, com os pedais todos melados com o pó quÁmico e tive de abandonar a prova. Quando saÁ do carro, todo branco pelo material do extintor, e vi o estrago feito pelo pedaço de aerofólio foi quando percebi que tive muita sorte e estava com meu anjo da guarda a postos, pois se aquela peça me atingisse abaixo do capacete, o acidente poderia ter sido mais sério.
A tomada de tempo da 8ª etapa repetiu o cenário da sessão anterior. A pista começou molhada e foi secando no final de tal maneira que a pole position iria ficar com o último que conseguisse marcar uma volta. Para terem uma idéia, quando marquei a minha volta, ocupava a 5ª colocação, mas quando cheguei no box já tinha caÁdo para 13º. A corrida acabou sendo até que sem graça, já que os 15 primeiros colocados tinha uma performance tão próxima, tão equilibrada, que não ocorreu nenhuma ultrapassagem nas primeiras posições. Eu consegui ganhar uma colocação na largada pulando para 12º, mas realmente estava de passar alguém. Ao se aproximar do carro da frente o carro perdia pressão aerodinâmica e consequentemente aderência. E acabei uma das provas de equilibrio, pois mesmo tendo termiando em 12º lugar, marquei a terceira melhor volta da corrida, sendo superado apenas pelos dois primeiros colocados da etapa.
Com isso acredito que só estamos ganhando respeito em relação ao nosso trabalho, já que apear das dificuldades enfrentadas, andamos bem com o carro 2004 e agora estamos melhor ainda com o carro 2006, praticamente no mesmo ritmo dos ponteiros do campeonato. Assim, acredito estarmos cada vez mais perto de um grande resultado e espero contar com a torcida de vocês.
Um grande abraço
Marcello Thomaz