O piloto Oswaldo Negri Junior concedeu uma entrevista exclusiva ao SpeedRacing, em que conta como foi a preparação e a sua participação nas 24 horas de Daytona, etapa de abertura da Grand Am, em que foi o segundo colocado.
SpeedRacing – Numa corrida longa de 24 horas, sabemos que o preparo fÁsico é fundamental para que o piloto consiga se manter por horas pilotando sem sofrer desgaste excessivo. A preparação fÁsica é muito diferente de uma corrida dita normal?
Oswaldo Negri Junior – Bem, na verdade minha preparação fÁsica não mudou nada. Sempre treino para estar além do que preciso. Eu corro, nado, ando de Mountain Bike (meu lazer preferido) e ando MUITO de Kart. Nas corridas normais, o desgaste é grande, pois estamos a 110% o tempo todo, e das 2h45min de corrida eu normalmente ando 2h00 horas. Já nas 24 Horas, o ritmo, principalmente no inÁcio, é de uns 80%, e o desgaste maior fica por parte do calor que faz dentro do carro. É muito quente mesmo. Agora, o desgaste mental de uma corrida de 24 Horas é muito grande.
SR – A sua equipe foi formada por quatro pilotos. Como é feita Á divisão do tempo que cada piloto fica na pista? Tem um piloto considerado numero um?
ONJ – Como parceiros para esta 24 Horas, eu tive o Justin Wilson, que corre de Champ Car (terceiro no campeonato de 2005 e ex-Jaguar F-1), A.J Almendinger ( Parceiro do Justin na Champ Car, Rooky of the year e uma das maiores promessas do automobilismo Americano) e o Mark Patterson, sul africano e patrocinador. Não existiu nenhum piloto número um. A única diferença foi que o nos treinos decidimos que eu iria classificar o carro. Na Rolex series, o piloto que classifica tem que largar. Já na corrida ficou determinado que eu, o Justin e o A.J iriamos fazer “double stints†desde a largada. O Mark faria “single stintâ€. Um “stint†dura mais ou menos 50 min há 1 hora.
SR – Todo piloto acerta o seu carro de acordo com o seu modo de pilotar. No caso de Daytona, em que o carro é dividido com outros pilotos, como fica isso? Quem decide o melhor acerto para o carro?
ONJ – Como eu conheço bem carro, o acerto ficou por minha conta. Eu percebi a tocada do Justin e A.J e fiz um acerto que todos nós podÁamos andar rápido. Por andar o ano todo com vários tipos de carros, desde Protótipos, GT e Fórmula, eu me adapto rápido a qualquer tipo de tocada. Isto, para falar a verdade, foi um dos principais fatores do nosso sucesso nestas 24 Horas. Todos nós pudemos mandar bala no carro sem problema.
SR – E quando você não estava na pista? O que fazia até chegar a hora de reassumir o carro?
ONJ – Bem, ao sair do carro, fazÁamos uma reunião para discutir estratégia e falar sobre o carro. TÁnhamos uma massagista e um motorhome onde descansávamos e nos alimentávamos. Ali por volta da meia noite, consegui dormir por quase três horas.
SR – A escolha dos companheiros de equipe é feita exclusivamente pela equipe ou os pilotos também opinam?
ONJ – Eu quem escolhi os parceiros. Minha primeira opção teria sido Helinho Castro Neves e o Sam Hornish, porém a Penske não autorizou eles a correr.
SR – Numa prova de 24 horas, o que é mais importante? Ter um carro rápido, mas que pode quebrar a qualquer momento, ou um carro confiável, mas não tão rápido?
ONJ– Um carro rápido que não quebre. Um carro confiável, mas não tão rápido, dificilmente ganharia a corrida. A categoria está extremamente competitiva, o ritmo das corridas curtas é alucinante, e me surpreendeu muito o ritmo destas 24 Horas. Muito mais puxado do que eu esperava.
SR – O seu contrato com a Michael Shank é para toda a temporada da Grand Am. Pelo resultado da estréia, podemos esperar vitórias neste ano?
ONJ – Meu contrato é até o final de 2007. O inÁcio da temporada foi ótimo, muito positivo. Eu guio sempre para ganhar, toda vez que vou Á pista. Existem equipes com duplas muito mais fortes que a minha (um Pro e um Amador). Muita gente acha difÁcil ganharmos uma corrida este ano. Eu acredito que podemos.
SR – Às 24 horas de Le Mans é a mais famosa prova de gênero no mundo, você tem vontade de disputá-la?
ONJ – Muita vontade. Existe alguma possibilidade. Estou trabalhando. Muita vontade também em fazer as
SR – A Stock Car Brasil teve, nos últimos anos, a adesão de diversos pilotos brasileiros que estavam no exterior, como o Christian Fittipaldi, que também disputa a Grand Am. Depois de tantos anos fora, não seria uma boa opção para você retornar ao paÁs?
ONJ – Claro que sim. A Stock está demais. Assisto as corridas daqui pela Globo Internacional. Acho que tudo tem seu tempo. Porém, agora neste momento minha vida está aqui nos Estados Unidos. Faço muitos testes para equipes de F-BMW, F-Mazda e F-Atlantic o ano todo. Isto me recicla e me deixa afiado demais.
SR – Em nome da Equipe do Site www.speeedracing.com.br , gostaria de agradecer pela entrevista e dizer que estamos na torcida pelas vitórias, que certamente virão.
ONJ – Eu é que agradeço.