Dobradinha da Peugeot quebra cinco anos de domÁnio da Audi
Uma decisão da equipe antecipou a participação de Bruno Senna nas 24 Horas de Le Mans, encerradas neste domingo com a vitória do trio da Peugeot formado pelo espanhol Marc Gene, o austrÁaco Alexander Wurz e o australiano David Brabham. No inÁcio da madrugada e pouco depois da metade da prova, em função de novo acidente envolvendo o monegasco Stéphane Ortelli, o dono da Oreca Racing determinou que o carro não saÁsse mais dos boxes para que as peças de reposição ficassem disponÁveis para o outro protótipo da equipe. Liderado por Olivier Panis, o segundo Oreca-AIM terminou na 5ª colocação.
“Foi uma medida acertada, porque as chances do Panis eram bem maiores do que as nossasâ€, concordou Bruno, que também acabaria se envolvendo em acidente em sua segunda entrada na pista. “Botei uma roda na grama e o carro escapou do controleâ€, explicou. Com a segunda colocação da trinca francesa integrada poles Franck Montagny, Stéphane Sarrazin e Sébastien Bourdais, que comandaram as primeiras horas da corrida, a Peugeot comemorou não apenas a dobradinha, mas também o fim dos cinco anos de domÁnio da Audi. A marca alemã terminou em 3º com o novo R15 TDI conduzido pelo octacampeão Tom Kristensen e os companheiros Allan McNish e Rinaldo Capello, enquanto os três 908 oficiais de Peugeot – Nicolas Minassian, Pedro Lamy e Christian Klien fecharam em 6º – recebiam a bandeirada em fila indiana.
Campeão em 1998 e mais experiente do Oreca-AIM de número 10, Ortelli saiu da 15ª posição, mas bateu sozinho pouco antes de entregar o volante para o primeiro turno de Bruno. O brasileiro esperou por mais de 20 minutos para entrar na pista até que os mecânicos completassem os reparos e a troca do aerofólio traseiro. Caiu para 23º e, pouco mais de duas horas depois, cedeu o cockpit ao português Thiago Monteiro em 19º.
O abandono de Bruno veio na esteira de um choque entre Ortelli e uma Ferrari da classe GT2. Com a dianteira danificada e a perspectiva de mais um longo perÁodo de permanência nos boxes, o dirigente Hughes de Chaunac resolveu priorizar o carro de Panis e os parceiros Nicolas Lapierre e Soheil Ayari.
Para Bruno, que deveria assumir a direção logo em seguida, a experiência na mais tradicional prova de longa duração do automobilismo mundial foi proveitosa. “Foi legal conhecer outro tipo de competição, no qual tudo é muito diferente do que eu fiz até agora. Infelizmente, pagamos por erros que nos serviram de lição. Em corridas de resistência o importante é chegar ao final. No inÁcio, estávamos na frente do Panis. Essa posição poderia ser nossaâ€, comentou.
A 77ª edição da prova confirmou a superioridade dos protótipos movidos a diesel. O melhor resultado dos motores Á gasolina foi o quarto lugar do Lola Aston Martin, que demonstrou regularidade e contou com os problemas de outros dois Audi R15 turbodiesel e do Peugeot de Minassian, Lamy e Klien.